Rosto de mulher que viveu há mais de 10 mil anos é reconstruído com DNA antigo
Pesquisadores na Bélgica recriaram o rosto de uma mulher que viveu há cerca de 10.500 anos, durante o período Mesolítico, usando material genético extraído de seus ossos. O trabalho foi conduzido por uma equipe da Universidade de Ghent e divulgado na última terça-feira (17).
A análise de DNA revelou que a mulher tinha olhos azuis e uma pele mais clara do que a maioria dos outros caçadores-coletores europeus do mesmo período já estudados.
As descobertas indicam que a diversidade genética entre os povos pré-históricos da Europa Ocidental era maior do que se imaginava. Até então, predominava a ideia de que todos os grupos daquela época tinham características físicas semelhantes.
Os restos mortais da mulher foram encontrados entre 1988 e 1989, durante escavações na caverna Margaux, em Dinant, na região do rio Meuse. Ela foi sepultada ao lado de outras oito mulheres.
De acordo com a arqueóloga Hanneke De Groote, que participou da pesquisa, a maioria dos corpos estava cuidadosamente coberta por fragmentos de pedra. Um deles apresentava marcas de corte no crânio feitas após a morte.
Além da reconstrução facial, os cientistas buscaram detalhes sobre a vida cotidiana da época. Elementos como as possíveis tatuagens e joias da mulher foram baseados em registros arqueológicos de outras escavações na bacia do Meuse.
Achados como ferramentas de pedra, ossos de animais caçados e restos de peixes reforçam a hipótese de que aquelas populações eram nômades e dependiam da caça e da pesca para sobreviver.
Os pesquisadores agora se dedicam a estudar as relações entre os indivíduos enterrados na caverna, além de investigar o quanto o peixe fazia parte da dieta daquele grupo pré-histórico.