O Ministério da Saúde anunciou que o Sistema Único de Saúde (SUS) passará a oferecer gratuitamente o implante subdérmico contraceptivo liberador de etonogestrel, conhecido comercialmente como Implanon.
O método, que atua por até três anos, será incorporado às opções de planejamento reprodutivo como estratégia para reduzir gestações não planejadas e a mortalidade materna.
Segundo Alexandre Padilha, a previsão é que a oferta comece no segundo semestre de 2025, após capacitação das equipes e aquisição dos insumos.
A expectativa é de que até 2026 o governo federal distribua 1,8 milhão de implantes, sendo 500 mil ainda neste ano. O investimento estimado é de R$ 245 milhões. Atualmente, o produto custa entre R$ 2 mil e R$ 4 mil na rede privada.
A decisão foi aprovada pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) e anunciada nesta quarta-feira (2).
Como funciona o implante

shutterstock
Implante contraceptivo
O Implanon é um bastonete pequeno, inserido sob a pele do braço, que libera gradualmente o hormônio etonogestrel. Sua eficácia está entre as mais altas entre os métodos contraceptivos, e ele não depende da rotina diária da usuária, como ocorre com as pílulas.
Ao final do período de três anos, o dispositivo deve ser retirado e, se a mulher desejar, um novo pode ser implantado. A fertilidade retorna rapidamente após a remoção.
Com a chegada do Implanon, o Brasil passa a contar com dois métodos LARC(sigla em inglês para contraceptivos reversíveis de longa duração) disponíveis na rede pública: o DIU de cobre e o implante subdérmico.
Esses métodos são considerados os mais eficazes no planejamento reprodutivo por eliminarem o risco de falhas associadas ao uso incorreto ou esquecimento.
Próximos passos
A portaria que oficializa a incorporação deve ser publicada nos próximos dias. A partir disso, o Ministério da Saúde terá até 180 dias para organizar a oferta. Isso inclui atualização de protocolos clínicos, aquisição dos dispositivos, capacitação de profissionais e articulação com estados e municípios.
A aplicação e retirada do implante devem ser realizadas por médicos e enfermeiros habilitados, e a Secretaria de Atenção Primária à Saúde será responsável por coordenar a implementação em todo o país.
O SUS já oferece outros métodos contraceptivos gratuitos, como preservativos(interno e externo), anticoncepcionais orais e injetáveis, DIU de cobre, laqueadura e vasectomia. Entre esses, apenas os preservativos protegem contra infecções sexualmente transmissíveis (ISTs).